O perigo do benchmarking

Perigo?! Total. Quando não se tem clareza sobre o que é benchmarking e não se está pautado em fortes e éticos valores organizacionais (e pessoais), a chance de se incorrer em erros é alta.

Benchmarking não é somente pesquisar sobre concorrentes diretos e indiretos (até o termo concorrente para mim assume uma outra conotação, prefiro tê-los como parceiros, eu não gostaria nem poderia mesmo assumir todos os clientes do universo, né?!), empresas do ramo e do não ramo, práticas, produtos, serviços ou ações. É análise estratégica de casos de sucesso e de insucesso (como transformar isso?). Do que deu certo e do que pode melhorar. É referência. Não é cópia. É conhecimento, abertura de mente, inspiração, novos horizontes.

Quando a sua empresa passa a copiar outras sem adaptações à sua realidade e verdade; sem analisar práticas, objetivos, benefícios e razões e sem colocar a sua identidade nos processos e resultados, ela está fadada a falhar. Mais: em uma sociedade cada vez mais consciente e exigente de boas práticas, tem havido menos espaço para esse tipo de atitude.

Vamos a casos reais?!

 

  1. Quando eu estava no meu primeiro MBA em Gestão de Recursos Humanos, elaborei um artigo sobre a relação existente entre Relações Públicas e RH. Um tempo depois, descobri um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de um então estudante do sul do país com uma cópia integral do meu escrito sem citar em momento algum de quem era a verdadeira autoria. Se eu entrei em contato com ele? Óbvio.
  2. Recentemente, criamos algumas peças para um parceiro da Marcô e construímos a partir do briefing dele todo o conceito de conteúdo e identidade. Ele, feliz e orgulho, quis dividir isso com um amigo para poder contribuir com ele também. Pandemia, autônomos precisando de apoio e soluções para este momento e o espírito da ajuda ali presente. O que aconteceu? Não serviu de inspiração. O profissional/agência que atende essa pessoa apenas copiou TU-DO. Se eu reportei isso? Com certeza.
  3. Desde o final da última semana, passamos a realizar um bate-papo com alguns estudantes e profissionais de comunicação. Sim, estávamos com vagas abertas. Em uma das entrevistas, uma dessas pessoas nos questionou como era a nossa produção de conteúdo porque na agência em que ela trabalhava orientavam claramente: “Copie e cole”. Se eu disse que essa prática jamais fará parte do nosso dia a dia? Sem dúvida alguma!

 

Tendo isso tudo ilustrado, ainda deixo aqui uma dica que talvez passe despercebida diante do intenso fluxo gerado pela revolução tecnológica e acelerado pela tal quarentena com a expansão do uso do digital: as redes sociais nos trouxeram um acesso muito próximo a conteúdos diversos e, no meio disso tudo, há sempre um risco do cliente querer seguir exatamente os posts de um concorrente. Oriente, explique, reinvente, crie, inove, desprenda-se, traga para a realidade… Só não copie.

Deixo aqui algumas reflexões: a “facilidade” do control C + control V pesa mais na sua balança do que o desafio de se sobressair e não ser tão igual a tantos outros? “Empresa tal faz assim”, “O mercado sempre agiu dessa forma”, “Todo mundo segue essa linha”… Onde fica a sua identidade nisso?

Que tal deixar a sua marca por onde você passa?

Andrea Marnine
Relações Públicas com MBA em 
Gestão de Pessoas e em Marketing Estratégico
Idealizadora da Marcô Coletivo de Comunicação

 

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