Pautas e escolhas
Acordar e ligar a TV pra ver o jornal com o objetivo de ficar bem informado é um hábito comum dos brasileiros. Assim como ligar o rádio na emissora que mescla música e informação, abrir o aplicativo daquele site de notícias ou até mesmo (quem diria que esse dia chegaria) pegar o bom e velho impresso à mesa do café da manhã. Mas você sabe quais são os critérios utilizados para a escolha dos assuntos a serem abordados? E quando há “um só tema” em voga, os outros perdem vez ou força? Editorias e editoriais são a mesma coisa?
Cultura, esporte, política, cidade, mundo… Tudo isso são editorias que levam o leitor (ou receptor) diretamente para o assunto desejado. Lá, ele vai encontrar as mais diversas informações sobre aquele assunto que o interessa no momento. Entrevistas coletivas, exclusivas, serviços (quem? o que? quando? onde? quanto?) e até os editoriais, que são artigos de opinião escritos por algum colunista ou convidado do veículo.
Mas e as pautas, o que faz um assunto ganhar a capa de um impresso, abrir ou encerrar a edição de um jornal? Vai exclusivamente da ordem do que é mais importante para o mais interessante. Por exemplo, se o atentado do 11 de setembro tivesse acontecido durante uma Copa do Mundo, o torneio, que geralmente para os países apaixonados por futebol (e até para os que não são tanto assim) é tão esperado, teria virado uma nota ou matéria simples em qualquer veículo de comunicação. Um fato como o atentado é mais “importante” a ser noticiado e informado à população do que as partidas “interessantes” daquele campeonato.
Entretanto, se for um dia comum, em que tudo se mantenha na mais perfeita ordem prevista, os veículos seguem um roteiro predefinido também nas escolhas do que é mais importante para o mais interessante, ou mesmo suas próprias linhas editoriais (se são veículos sensacionalistas, esportivos, políticos, que falem do universo infantil ou LGBTQI+, entre outros). Então, ao ligar a TV, folhear o impresso ou abrir o site, a manchete (ou matéria de capa) será sempre o assunto daquele momento (resultado do Ba-Vi, destaques do carnaval, assinatura de contratos governamentais, inauguração de uma grande obra, festas da virada do ano, acidentes…). Todo o resto é “encaixe” e “os assessores de imprensa e produtores que lutem”. Sendo assim, a pauta muitas vezes pode ser escolha do editor, mas tantas outras elas se autoelegem.
Quem deixaria de noticiar a pandemia do Coronavírus?!
Maiana Marques
Jornalista e fotógrafa na Marcô Comunicação
MBA em Marketing Estratégico em curso
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