Clipagem na assessoria de imprensa: quem gosta?

Ela nem de longe é a queridinha da Comunicação. Quase unanimemente, profissionais torcem o nariz para a clipagem.

Todos reconhecem a sua importância como ferramenta estratégica, mas poucos gostam do trabalho quase braçal de fazê-la – ainda que hoje em dia tenhamos suporte e meios de monitoramento do material jornalístico mais sofisticados, acredito que a automação total do clipping deixa escapar nuances importantes da repercussão gerada. Engana-se quem acredita que “qualquer um” pode clipar. É preciso dedicação, atenção, acesso aos veículos e meios, conhecimento e, sim, o tal gostar porque, se não for prazeroso, meu caro, sinto informar que você não o fará bem o suficiente.

Na assessoria de imprensa, não basta redigir um bom release, que contenha clareza, objetividade, dados relevantes, informações de interesse público. Follow up, networking, mailing atualizado e personalizado, bom senso… Tudo isso é relevante. Não há discussão. No entanto, se você não cataloga o seu trabalho, não mede o impacto, não transforma isso em relatórios de análise, não fica atento para respostas rápidas e precisas, em especial, para notícias de cunho negativo, não cria oportunidades a partir do que está diante dos seus olhos, não apresenta ao cliente, você não estará usando todo o potencial que tem nas mãos.

Acompanhar o que sai na imprensa e, hoje, nas redes sociais é primordial. Isso deve ser feito diariamente mesmo diante da correria de tantas atribuições e demandas. Catalogar as publicações, ler com cuidado o que é veiculado e avaliar a repercussão vai te dar novos elementos de trabalho. Por exemplo, aquela matéria que saiu em um dos jornais mais importantes do estado ou até mesmo do país vai dar visibilidade e reforçar a marca do seu cliente. Por que não postar o link direto na fanpage da instituição? O que as pessoas estão comentando sobre o assunto vinculado a seu cliente pode gerar ótimos depoimentos para divulgação e valorização da imagem e da reputação do contratante. Por que não criar layouts que externem o valor disso? Aquele assunto amplamente debatido pelos públicos pode ser transformado em uma nova campanha publicitária. As possibilidades são gigantescas! A assessoria de imprensa aí se alia com outros serviços da Comunicação e o clipping deixa de ser um simples acompanhamento de notícias para subir ao patamar de auxílio ao planejamento estratégico da instituição. Todos ganham: o cliente, você, os veículos e os públicos de interesse.

A dica é: olhe com mais carinho e estratégia para a clipagem que você deixa de escanteio.

 

Andrea Marnine
Relações Públicas com MBA em Gestão de Pessoas
MBA em Marketing Estratégico em curso
Idealizadora da Marcô Coletivo de Comunicação