Diversidade como conveniência na comunicação

O fortalecimento das lutas das minorias, a abertura de discussão contra pré-conceitos e o crescimento econômico de diversos grupos colocaram muitas empresas contra parede, afinal, o mundo está mudando e você precisa sempre acompanhar esse contexto.

E deve ser assim mesmo, imagine se a Skol seguisse a mesma linha comunicacional que ela utilizava nos anos 2000 trabalhando mulheres objetificadas. Não funcionaria muito bem, não é? Com a chegada da internet, a visibilidade do discurso ganhou uma força gigantesca, tendo em vista que todos podem expressar sua opinião, concordar ou não com aquilo que sua marca está representando.

Sendo assim, as marcas foram encorajadas por profissionais de comunicação a se agarrarem em pautas sociais para se conectar e fortalecer a representatividade entre o público. Esse é um movimento válido e louvável e deve ser sempre encorajado. A questão é quando este movimento é apenas um recurso comunicacional e não uma política efetiva dentro da empresa.

A construção de uma comunicação que demonstre valores e princípios da empresa, tal como suas políticas de contratação e valorização do profissional, é fundamental na prevenção de possíveis crises, uma vez que, o discurso pelo discurso pode ser facilmente quebrado, mas a sua política não.

Partindo desse pressuposto, em que ponto eu quero chegar? Utilizar negros, mulheres fortes e independentes, indígenas, asiáticos, pessoas da comunidade LGBTQ+ em propagandas fortalece bastante a representatividade desses grupos, mas pouco adianta quando essas campanhas partem, por exemplo, do discurso pelo discurso. Em outras palavras, é preciso que a sua empresa incorpore a ideia da diversidade, que os setores possuam diversidade entre si e que ela seja por si só uma agente transformadora. Assim, após toda uma mudança interna da empresa, a marca deve e pode assumir um discurso não porque é moda, mas porque ele a representa.

 

Foto: Edson Ikê
Banco de imagens Nova Escola

Mateus Gonçalves
Relações Públicas na Marcô Comunicação

Você pode gostar também:

Dormiu? Acorde, pois o mundo mudou!